LEO MOREIRA SÁ

A VIDA DO ARTISTA

Cofundador do CATS - Coletivo de Artistas Transmasculines, Leo Moreira Sá é ator multiartista artivista e jornalista. 
É considerado o primeiro ator a assumir sua transmasculinidade nos palcos brasileiros e também a primeira pessoa trans a ganhar um prêmio Shell no Brasil com a iluminação do espetáculo Cabaret Stravaganza da Cia de Teatro Os Satyros em 2011. 
Participou do elenco de três séries : PSI - HBO(2014), PACTO DE SANGUE - Canal Space (2017) e O NEGÓCIO - HBO (2018) e de alguns longas metragens, sendo o último trabalho em VENTO SECO (direção: Daniel Nolasco) que estreou no Festival de Berlim em 2020. E também o protagonista do curta metragem "Ciranda" ( direção de Felippy Damiam) ainda inédito. 

"Eu costumo dizer que a arte salvou minha vida porque foi no teatro que eu consegui reconstruir meu corpo e minha existência depois de um longo período de depressão em consequência de conflitos identitários regados a álcool e cocaína. Quando consegui me entender como pessoa transmasculina e assumir minha real identidade de gênero toda a minha vida fez sentido. Larguei as drogas e passei alguns anos me depurando daquela tóxica trajetória suicida. 

Mas a fase química tinha feito grandes estragos e eu me vi uma pessoa trans de meia idade sem emprego vivendo numa cruel precariedade. Foi quando a sorte, o destino ou a providência divina, fez com que eu reencontrasse em 2009 o diretor Rodolfo Garcia Vazquez da Cia de Teatro Os Satyros que havia sido meu colega quando cursamos juntos a Ciências Sociais da Universidade de São Paulo. Sensibilizado com minha situação o Rodolfo me colocou como técnico de iluminação do Espaço 1 e três meses depois me convidou pra entrar no elenco de "Hipóteses para o amor e a verdade". Era um espetáculo que falava da solidão de pessoas que viviam no centro de São Paulo e eu performava um fragmento da minha intensa vida louca. Não havia personagem - o "Homem bomba" era eu mesmo, um guerrilheiro em busca do amor perdido. Entrar no palco assumindo minha transexualidade foi mágico e foi um divisor de águas. 

Em 2010 junto com o Rodolfo, compus a iluminação do espetáculo Cabaret Stravaganza que recebeu em 2011 o prêmio Shell de melhor iluminação teatral. Nesse mesmo espetáculo eu também  fazia uma performance onde eu pedia doações para poder realizar minha mastectomia. O crownfound foi um fiasco mas pude realizar minha mastectomia com o dinheiro do prêmio Shell.

Em 2012, fui contemplado com o Edital Proac Lgbt e produzi Lou&Leo (2013) - meu espetáculo autobiográfico  Foi a primeira vez na dramaturgia brasileira que um ator transmasculine escreveu, produziu e protagonizou sua história num palco de teatro. Lou&Leo foi um sucesso de público e crítica permanendo por seis meses em cartaz sendo objeto de matéria e crítica positiva na grande mídia. Fez ainda várias apresentações nas principais cidades do estado de São Paulo até 2018.

À partir de 2014, passei a ser chamado pro elenco de séries de tv na HBO, Canal Space e Netflix.  Fiz importantes participações em quatro longas metragens e já protagonizei 3 curtas metragens. Jamais poderia imaginar que grandes paixões como o teatro e o cinema que até então eram apenas hobby na minha vida fossem se tornar, mesmo que tardiamente, minha principalmente atividade profissional. 

Caso queira saber mais sobre Leo Moreira Sá, não hesite em entrar em contato.